quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Anglicanismo



O Anglicanismo no mundo


Breve histórico



O cristianismo chegou à Inglaterra no século III quando a região estava sob o processo de colonização romana. Os legionários, mercadores, soldados e administradores levaram à colônia suas leis, costumes e religião. Entre eles havia aqueles que tinham abraçado a fé cristã e oravam secretamente a Deus, enquanto seus companheiros prestavam culto ao imperador e aos deuses das religiões de mistério.

A primeira referência histórica sobre a existência de cristãos na Grã-Bretanha foi registrada por Tertuliano que, em 208, fala de regiões da ilha que haviam se convertido ao cristianismo. No ano 314, três bispos ingleses participaram do Concílio de Arles, no sul da França. Esse fato mostra que já havia nas ilhas britânicas uma igreja organizada e reconhecida pelas demais. No começo do século V, os romanos abandonaram a Grã-Bretanha, permitindo a invasão dos anglo-saxões, que destruíram igrejas e reduziram a prática da fé cristã durante quase 150 anos.

O Cristianismo inglês viveu um período de duras perseguições. Os cristãos foram obrigados a se refugiar nas regiões montanhosas da Escócia, Irlanda e País de Gales. Ali, desenvolveram a Igreja celta, tendo como principais líderes São Patrício e São Columba e como centro missionário a abadia da Ilha de Iona, na Escócia. Era um Cristianismo inculturado e bastante diferente do Cristianismo romano, sobretudo pela grande liderança feminina. Em 597, o papa Gregório enviou uma comitiva de 40 monges, chefiada por Agostinho, para converter os bretões, mas ele encontrou uma Igreja lá organizada.

A presença romana não foi bem aceita, provocando uma tensa situação. Mas aquela igreja aprendeu desde cedo a conviver com as diferenças. No século VII a Igreja de Roma conseguiu dominar a Igreja celta e submetê-la à liturgia latina e à autoridade papal. Tal domínio persistiu até a separação provocada pelo rei Henrique VIII no século XVI.

A atitude do rei, motivada por fatores políticos, econômicos e pessoais acabou favorecendo a igreja inglesa que deu apoio ao rei. Afinal, era também interesse dos cristãos e cristãs da Inglaterra resistir à antiga intromissão papal e afirmar sua identidade. A Catedral de Cantuária na Inglaterra,é a mais antiga diocese anglicana e símbolo de unidade entre as igrejas anglicanas ao redor do mundo.

O anglicanismo nunca renunciou à sua tradição católica. Por isso nossa identidade preserva o que julgamos mais belo e precioso nessa tradição, ao mesmo tempo em que incorporamos valores e ênfases positivas das igrejas evangélicas


Reforma religiosa – independência em relação a Roma e aproximação com o protestantismo clássico



Os primeiros sinais da reforma inglesa que vão eclodir na separação provocada por Henrique VIII, em 1534, começaram, na verdade, com Santo Anselmo de Cantuária (1034-1109). Essa luta iniciada no século XI confirmou, mais tarde, que a Inglaterra fez sua reforma religiosa debruçada sobre si mesma e não por influência direta dos reformadores continentais (Lutero, Zwínglio e Calvino).

Henrique VIII, portanto, não fundou uma nova igreja como muitos alegam. O rei simplesmente atendeu a anseios existentes em grande parte da população inglesa e separou a igreja que já existia na Inglaterra da tutela e controle romanos por razões políticas, econômicas, religiosas e também pessoais. Durante quase mil anos a Igreja da Inglaterra estivera sob o domínio direto de Roma. Henrique VIII rompeu essa antiga filiação eclesiástica com o apoio do Parlamento. Separada e independente, a Igreja da Inglaterra continuou sua milenar caminhada na história, alternando períodos de influência ora romanístas, ora protestantes.


Em 1559, começou o reinado de Elisabeth I. A era elizabetana foi um período de consolidação da identidade anglicana como Igreja ao mesmo tempo católica e com influências protestantes.Nessa época se iniciou a colonização da América do Norte. Naquelas terras a igreja anglicana se desenvolveu rapidamente. Quando os Estados Unidos da América do Norte declararam sua independência em 1776, a igreja anglicana daquele país adotou o mesmo princípio de “igrejas autônomas”) e tornou-se independente da tutela britânica passando a se chamar “Igreja Protestante Episcopal dos Estados Unidos da América”. Seu primeiro bispo foi sagrado em 1784. Assegurada a sucessão apostólica, a igreja americana se desenvolveu rapidamente, criando dioceses, paróquias e inúmeras instituições. Foi da Igreja Episcopal norte-americana que vieram os primeiros missionários para o Brasil no século XIX implantar uma Igreja entre brasileiros.

O anglicanismo se expandiu também para outras partes do mundo, estando presente em todos os continentes. As Igrejas de tradição anglicana formam a Comunhão Anglicana internacional, da qual a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil é membro pleno, participando das Conferências de Lambeth, do Encontro de Primazes e do Conselho Consultivo Anglicano.

Para maiores detalhes sobre a história do anglicanismo, clique no link “Textos sobre Anglicanismo”. Veja também o site da Comunhão Anglicana Internacional: http://www.aco.org/

Credos históricos da Igreja Cristã




Credo Apostólico

"Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao mundo dos mortos, ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu e está sentado a direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo, na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém."

Credo Apostólico Ecumênico

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,que foi concebido pelo poder do Espírito Santo. Nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos. Ressuscitou ao terceiro dia. Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Universal, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressureição do corpo, na vida eterna. Amém.

Credo Niceno Constantinopolitano

Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis. Cremos em um só Senhor: Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não feito; consubstancial com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; que, por nós e por nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou, por obra do Espírito Santo, da virgem Maria, e se fez homem. Foi tambem crucificado, sob o poder de Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai. Virá outra vez com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu Reino não terá fim. Cremos no Espírito Santo, o Senhor que dá vida, e procede do Pai e do Filho; que, com o Pai e o Filho, é juntamente adorado e glorificado; Ele, que falou pelos profetas. E cremos na Igreja una, santa, universal e apostólica. Reconhecemos um só Batismo para remissão dos pecados. E esperamos a ressureição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.